Final de semana pós filhos é…

lebeardesign | 22 de junho de 2017

“É sexta-feira!”

Esta frase tem um significado diferente para quem tem filhos pequenos…

Ao invés de “Eba! Folga! Descanso! Festa!”, ela vem acompanhada de “Caramba! Não tem escola, nem babá, nem atividade… É comigo mesmo… dois dias inteiros…”. Vem a saudade de quando tínhamos que cuidar só de nós mesmos, talvez dormir até tarde ou sair cedinho para uma cachoeira, livres para passar o tempo do jeito que quiséssemos…

Sim, os filhos mudam a vida da gente. Radicalmente. Mudam as prioridades, muda o orçamento, mudam as nossas preocupações e nossos desafios.

Os finais de semana, ao invés de descanso, podem representar um peso para pais com filhos pequenos.

Como voltar a se alegrar com a chegada do fim de semana? Seguem algumas dicas:

  • Acordar: se você tem filhos pequenos, você provavelmente não vai conseguir dormir até 9 ou 10 horas. Ponto pacífico. Filho feliz e saudável provavelmente vai te acordar logo depois do sol raiar. A escolha que temos é outra: vamos ficar mal-humorados, ressentidos e irritados ou vamos transformar isso em alegria de viver e bom humor que vai dar gás para o resto do dia? Acordar no fim de semana pode ser uma festa deliciosa, com todo mundo ‘invadindo’ a cama dos pais, brincando de se esconder nos cobertores, fazendo ‘montinho de gente’ ou brincando de ‘fantasma’ com os lençóis. Minhas filhas costumavam esperar que eu fosse no banheiro para se esconder debaixo dos cobertores e, na volta, cabia a mim amassar os ‘caroços’ que haviam se instalado no meu colchão na minha ausência. Outra brincadeira favorita era a ‘caçadora de pés’. Uma farra! Muita bagunça, muita risada, muito contato, muita alegria de estarmos juntas!

 

  • Refeições: observo que muitos pais ficam exaustos por terem que ‘servir’ refeições aos filhos. Os pais correm de um lado para o outro, preparando tudo, enquanto os filhos devem ‘não atrapalhar’. Os pais se sentem usados e os filhos, frustrados. Frustrados porque toda criança, naturalmente, imita os adultos. Quer fazer junto, participar, aprender a ser e fazer como o adulto. Foi assim que a nossa espécie – e outras espécies também – sobreviveu ao longo dos milênios: imitando. Imitamos o andar vertical, imitamos a fala, imitamos o fazer. E é assim que se forma o senso de comunidade e se cria a sensação de pertencimento: compartilhando o fazer. É claro que a atividade deve ser compatível com a idade da criança. Por isso, enquanto os pais preparam a refeição, as crianças podem:
  1. a criança de 6 meses a um ano pode se ocupar de pratos e talheres de plástico, batendo o ritmo de uma canção alegre, enquanto os pais lhe contam o que estão fazendo – permitir que ela se sinta parte do que está sendo feito, fará com que ela se sinta incluída e se interesse pelos afazeres, tornando natural ajudar nas atividades na medida em que for crescendo;
  2. a criança de 1 ano e meio a 4 anos já pode colocar talheres, suportes e potes plásticos na mesa, ou enfeitar a mesa com flores do quintal para alegrar a refeição, ajudando também a tirar a mesa e devolvendo as coisas para a cozinha;
  3. a criança a partir de 5 anos, especialmente se ela já tiver ‘treinado’ nos anos anteriores, pode entregar ser ‘ajudante de cozinha’ e entregar ao adultos os utensílios de que precisa para cozinhar, colocar pratos e ajeitar as coisas sobre a mesa – já sabe o lugar certo, reconhece quando algo está faltando; para o almoço, pode ajudar a limpar legumes e apertar o botão do liquidificador para fazer o suco;
  4. a partir dos 8 anos, a criança já podem ajudar a preparar a refeição; se acompanhou os pais na cozinha ao longo dos anos, já aprendeu a ligar o fogão e a lidar com o fogo com segurança; pode ajudar a lavar a louça (talvez ainda não a porcelana herdada da avó…) e a guardar as coisas no lugar, levar o lixo para fora, anotar o que falta na lista de compras e até mesmo fazer um bolo para celebrar o fim de semana.

 

  • Programação de fim de semana: às vezes escuto pais e mães suspirando por terem que ir a três festas infantis, mais um teatro infantil, mais uma exposição infantil, mais a ida ao parque infantil… Não é por acaso que se ressentem e se perguntam “O que aconteceu com a MINHA vida?”. Eis algumas sugestões:

 

  1. Tenha clareza do que você, adulto, precisa para sentir que teve um final de semana de verdade. Se você precisa dormir, combine com seu parceiro ou parceira, vizinho, amigo ou parente algum horário em que você possa dormir algumas horinhas a mais – se não der de manhã cedo, talvez depois do almoço. Se você acha que não tem ninguém a que recorrer, pense de novo – talvez possa trocar favores com outros pais com crianças pequenas ou talvez os tios ou avós gostariam de passar um tempo com as crianças, especialmente se forem crianças alegres e você depois agradecer e reconhecer como faz bem para todo mundo passarem tempo juntos. Se é importante para você passar algum tempo na Natureza ou no shopping, ouvindo música ou batendo papo com amigos e seu parceiro não gosta, procurem um arranjo que atenda às necessidades diferentes de ambos, seja alternando o cuidado com as crianças, combinando com outras famílias, cedendo um pouco para que o outro tenha aquilo de que precisa. Faça questão de que cada adulto tenha um pouco do que lhe faz bem. Isso gera bem-estar e energia, ambos cruciais para reencontrar a família com alegria e voltar à carga na segunda-feira de bem com a vida.
  2. Você não tem que aceitar todos os convites, nem cumprir toda a agenda infantil disponível na cidade. Estas são possibilidades, mas não obrigações. Escolha a festa que é mais importante para você e agradeça aos demais convites, explicando que não poderá ir, pois tem outro compromisso ou outra prioridade. Vão admirar você por estabelecer prioridades claras. Se for a um parque, teatro ou exposição, escolha aquele ou aquela que será melhor para o conjunto da família. O objetivo do lazer é gerar bem-estar e leveza, é celebrar a vida. Se virou obrigação, não cumpriu seu objetivo – virou peso.
  3. Dê prioridade ao estar junto, a conversar, a se conhecer, a construir laços entre os membros da família. Reduzir o número de coisas a fazer no fim de semana gera espaço: espaço para respirar, para abraçar, para brincar sem compromisso, para dar risada, para não fazer nada, para olhar para o céu e observar as nuvens, o pôr do sol, as árvores em flor ou o voo dos pássaros…. Tempo para sentir a Vida e celebrar que estamos juntos…
  • Celebrar: é esta a palavra-chave que transforma o fim de semana de ônus em bônus. Pode ser acender uma vela, tomar café na varanda, fazer um piquenique no quintal ou preparar o prato especial de alguém. Pode ser dar uma flor de presente. Pode ser fazer uma massagem ou uma visita-surpresa a amigos queridos.

Importante: caso celebrar ainda não faça parte da sua rotina, não espere ficar feliz para então celebrar. A gente escolhe trazer alegria para a nossa rotina com a família, celebra e daí fica feliz!

 

Desejo a todos um delicioso fim de semana!

Com carinho,

Anja Kamp

Coach de Pais

 

Consulta Gratuita: https://app.acuityscheduling.com/schedule.php?owner=12587761

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