Mamãe, eu quero! Compra para mim!

desenvolvimento | 6 de junho de 2017

Creio que qualquer pai ou mãe sonha que o seu filho se torne um adulto bem sucedido. Que seja feliz na profissão que escolheu. Que construa uma família, tenha sua casa, se sustente e, no final da vida, que tenha uma velhice tranquila. E como ele pode alcançar tudo isso se não tiver educação financeira? Se gastar mais do que ganha, se viver endividado, se você tiver que passar o resto da sua vida dando mesada? Já parou para pensar nisso? Na importância desse conhecimento?

Eu comecei a pensar nesses assuntos ainda na minha licença maternidade. Um pouco por ser a minha área de atuação profissional, outro pouco por estar vivenciado um momento em que a gente passa mesmo a pensar no longo prazo. Mas mais do que ensinar o meu filho a fechar a torneira para economizar na água, eu queria ensinar valores. Isso porque acredito que os valores penetram de forma mais profunda na nossa alma e, no final, são eles que moldam os nossos hábitos.

E o melhor momento para iniciarmos os pequenos na arte das finanças é quando começamos a ouvir o famigerado: “compra para mim” ou “eu quero”. No meu caso, aconteceu foi entre os dois e três anos. Quando uma criança pronuncia essa frase, ela já tem o entendimento da troca do dinheiro por algo que desejamos. É aí que se começa a moldar um adulto financeiramente consciente.

Quando olhamos os nossos filhos, tendemos a subestimar a capacidade de raciocínio deles. Ainda mais quando têm apenas dois ou três anos de idade. Afinal, ainda ontem eram bebês de colo! Mas experimente devolver com a seguinte pergunta cada vez que ele lhe pedir para comprar algo: “por que você quer esse objeto”? Deixo pensar no assunto, elaborar um raciocínio.

A partir das respostas, os pais têm a opção de direcionar a criança por alguns caminhos. Pode ser para o planejamento da compra (definição de metas de poupança e programação de consumo a longo prazo versus compra por impulso), ou de consciência ambiental (se comprarmos isso, teremos que doar algum brinquedo equivalente – escolhas de consumo têmconsequência), ou mesmo ajudá-lo a entender a diferença entre desejo e necessidade, mostrando que ele já tem vários brinquedos com os quais não brinca e, no fundo, não tem “necessidade” de mais um.

Mais importante de tudo é ser, a própria família, um exemplo de organização financeira e planejamento. Afinal, as pessoas aprendem mais pelo exemplo do que pelas palavras. Todo começo de ano, trace as metas da família. Planeje o que será consumido e, claro, envolva as crianças nesse ritual. Pergunte a opinião delas, deixe-as participar desse momento.

Certamente os benefícios serão enormes no futuro.

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